domingo, 30 de agosto de 2009

Goethe - o bem e o mal


"Se o nosso coração estivesse sempre aberto para desfrutar o bem que Deus diariamente nos concede, teríamos, por sua vez, força suficiente para suportar o mal quando ele viesse."

Goethe em Os sofrimentos do jovem Werther, Editora Estação da Liberdade, p. 41

Livros para ler antes que 2009 se acabe. - Por Ricardo Gondim

Livros para ler antes que 2009 se acabe.
Ricardo Gondim


Perguntam-me o que já li este ano. Pedem-me sugestões. Gastei 18 meses com livros teóricos, que não vou recomendar; livros que me ajudaram na pesquisa bibliografica para a Dissertação de Mestrado em Ciências da Religião - que defendo no dia 3 de setembro de 2009 às 14 horas na Universidade Metodista em São Bernardo do Campo, São Paulo.

Fora todo o arsenal teórico da pesquisa, li e recomendo alguns livros. Antes, as ressalvas: não leia nada que eu indique se teme tornar-se herege, se não quer sair das zonas de conforto da tradição religiosa que cresceu, se não dialoga com ateu, se acredita que o diabo inspira boa literatura para iludir incautos, se não gosta de porralouco.

O Homem Medíocre - Jose Ingenieros - Jurua Editora.

Na Beleza dos Lírios – John Updike – Cia das Letras (o livro está esgotado, tem que procurar em sebo).

O Conde de Monte Cristo – Alexandre Dumas – Zahar Editores – (Sugiro a edição da Zahar em dois volumes com vários comentários explicativos. Cuidado: são mais de mil e trezentas páginas).

Na Natureza Selvagem - John Krakauer – Cia das Letras. (O filme não calça o chinelo do livro).

A Elegância do Ouriço – Muriel Barbery – Cia das Letras.

Intermitências da Morte – José Saramago – Cia das Letras.

Eugénie Grandet – Honore de Balzac – Estação Liberdade.

O espírito do ateismo - Andre Comte-Sponville – Martins Fontes.

A Cabana – William P. Young – Editora Sextante.

A Coragem de ser – Paul Tillich – Editora Paz e Terra.

Trem Noturno para Lisboa – Pascal Mercier – Editora Record.

O ano se esvai. Entramos nos b-r-ó, brós. Os últimos quatro meses que pegam embalo. Antes que percebamos estaremos em 2010. Portanto, quem deseja aprender a gostar de ler, comece já.

Leia, leia, leia.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

O livreiro - Monteiro Lobato




Entre os mais humildes comércios do mundo está o livreiro embora a sua mercadoria seja a base da civilização, pois é nela que se fixa a experiência humana.


O livro não interessa ao nosso estômago nem à nossa vaidade.


Não é, portanto, compulsoriamente adquirido.


O pão diz ao homem: "Ou me compras ou morres de fome".


O batom diz à mulher: "Ou me compra ou te acharão feia".


E ambos são ouvidos, Mas se o livro alega que sem ele a ignorância se perpetua, os ignorantes dão de ombros, porque o próprio da ignorância é sentir-se feliz em si mesma como o porco em sua lama.


E, pois, o livreiro vende o artigo mais difícil de vender-se.


Qualquer outro lhe daria maiores lucros, ele o sabe e heroicamente permanece livreiro.


E é graças a essa generosa abnegação que a árvore da cultura vai aos poucos aprofundando as suas raízes e dilatando a sua fronteira.


Suprima-se o livreiro e estará morto o livro.


E com a morte do livro retrocederemos à Idade da Pedra transfeitos em tapuias comedores de bichos de pau podre.


A civilização vê no livreiro o abnegado zelador da lâmpada em que arde perpétua a trêmula chamazinha da cultura.


==> Lindo, não???